domingo, 29 de abril de 2012

49° Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Mensagem do Papa Bento XVI para o 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações:
Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração.É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Vaticano, 18 de Outubro de 2011

Papa Bento XVI
Fonte: CNBB

Santo da Semana: Santa Catarina de Sena

Festa: 29 de Abril


Santa Catarina de Sena, rogai por nós!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Misericórdia em Gotas

A MISERICÓRDIA DIVINA AGE ATÉ O ÚLTIMO INSTANTE DE NOSSA VIDA
"Muitas vezes, faço companhia a almas agonizantes, e peço para elas confiança na misericórdia divina e suplico a Deus aquela grande abundância da graça de Deus que sempre vence. A misericórdia de Deus atinge às vezes o pecador no último instante, de maneira surpreendente e misteriosa. Exteriormente vemos como se tudo estivesse perdido, mas não é assim. A alma, iluminada pelo raio da forte graça de Deus extrema, dirige-se a Deus no último instante com tanta força de amor que imediatamente recebe de Deus [o perdão] das culpas e dos castigos, e exteriormente não nos dá nenhum sinal nem de arrependimento nem de contrição, visto que já não reage a coisas exteriores. Oh! quão inconcebível é a misericórdia de Deus. Mas oh! horror — existem também almas que voluntária e conscientemente afastam essa graça e a desprezam. Embora já em meio à própria agonia, Deus misericordioso dá à alma esse momento de luz interior com que, se a alma quiser, tem a possibilidade de voltar a Deus. Mas, muitas vezes, as almas têm tamanha dureza de coração que conscientemente escolhem o Inferno, anulam todas as orações que as outras almas fazem por elas a Deus, e até os próprios esforços de Deus..." (Diário, 1698).

sábado, 14 de abril de 2012

2º Domingo da Páscoa (15 de Abril): Festa da Divina Misericórdia

Próximo domingo (15 de Abril), o 2° de Páscoa, celebramos a pedido de Jesus a uma religiosa Polonesa, Santa Faustina Kowaslka, a Festa da Misericórdia. Segundo o próprio Jesus: "Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia; a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das culpas e castigos; nesse dia estão abertas todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as graças;

"Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia" (Diário, 699).
PARTICIPE NA PARÓQUIA MAIS PRÒXIMA A VOCÊ.
Jesus, eu confio me Vós!

Santo da Semana: Santa Inês de Montepulciano

Festa:  20 de Abril

Santa Inês de Montepulciano, rogai por nós!

domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa do Senhor

Jesus derrotou a morte; o sepulcro está vazio. 
A alegria espalha-se pelos corações em festa. 
Em Jesus, o Ressuscitado, a todos nós homens e mulheres, recebemos a Vida em plenitude. 
Desejo a você alegria e paz nesta Páscoa.
Celebremos juntos a ressureição, conquistada por Aquele que nos amou até a morte na cruz.
SANTA E FELIZ PÁSCOA!

Santo da Semana: Santa Madalena de Canossa

Festa: 10 de Abril
 
Santa Madalena de Canossa, rogai por nós!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tríduo Pascal

Breve explicação sobre o Tríduo Pascal
  Até o fim do século III a páscoa foi a única festa anual da Igreja, O desenvolvimento da celebração anual da páscoa acontece a partir da Vigília pascal, que celebra a morte e a ressurreição, ou melhor, a passagem da morte para a vida de ressurreição.

  O Tríduo pascal é a realidade da Páscoa do Senhor, celebrada solenemente em três grandes dias especiais: a sexta-feira santa, sábado santo e Domingo de Páscoa; Porém vale entender algo importante, o tríduo em si, começa na quinta à noite (liturgicamente já são as I vésperas da sexta), e segue até o sábado à noite na vigília do domingo ( que liturgicamente já são as I Vésperas do domingo). Diremos assim que as três grandes celebrações do Tríduo são a Missa do Lava-pés,  a Celebração da morte do Senhor e a Solene Vigília Pascal.

Cada dia do Tríduo lembra o outro, abre-se sobre o outro, assim como a idéia da ressurreição supõe a da morte. Todo o Tríduo pascal converge para a celebração da vigília na noite santa do sábado. O Tríduo pascal da paixão e da ressurreição do Senhor, inicia-se com a Missa na Ceia do Senhor, tem seu ponto alto na Vigília Pascal e termina com as vésperas do Domingo de Ressurreição.

   Não podemos entrar no espírito das celebrações destes dias, no mistério profundo da Páscoa, se nos atemos somente a aspectos parciais das celebrações, dados históricos e, até mesmo ao aspecto devocional por cada um dos momentos da vida do Senhor. Para entrar no verdadeiro mistério da Páscoa, necessitamos unicamente da graça do Espírito Santo, que nos fará colher em nossos corações a unidade e a totalidade deste mistério.

A MISSA DO LAVA-PÉS E DA SANTA CEIA


     A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja segui-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.

     E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.

     Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcançável.

     São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristia.

     A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da sua paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).

     Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

     Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão y bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).

     Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Ressuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo ainda e me vereis" (Jo 16, 16).

     Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém esta Eucaristia deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".

     Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.

     Hoje celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, que não terminou no fracasso mas no êxito, teve um por quê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e por nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim, (Jesus se refere à sua vida) mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c).

     Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta. Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.

     Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém ao mesmo tempo é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.

     Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega com amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.

     Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).

     Hoje inicia a festa da "crise pascal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela.

     A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém, tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.

   Nesta missa, celebramos de modo especial a santa ceia de Cristo, ocorrida logo antes de sua agonia e prisão. Nesta ceia foi instituída da Eucaristia, do novo Sacerdócio de Cristo e do Novo Mandamento "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

É bem tradicional que durante o glória, que hoje voltou a ser cantado, após toda a quaresma, se tocam os sinos existentes na Igreja. Após o Evangelho, e seguindo o que foi proclamado ali, ocorre a cena do lava-pés, aqui o   sacerdote a exemplo de Cristo lava os pés de suas ovelhas, em atitude de serviço e amor.

Seguindo os ritos de modo solene, já não se tocará mais os sinos. E a presença do Santíssimo Sacramento que ocorre durante a consagração das espécies passa a ser acompanhada de matraca.

As reservas eucarísticas ao final do rito de comunhão são guardados para a celebração da sexta-feira, quando não ocorrerá missa, e em vez de se despedir o povo no final, os fiéis seguem com o sacerdote em procissão até a capela onde serão guardados o Santíssimo Sacramento. Os fiéis permanecerão, revezando-se, até meia noite em adoração ao santíssimo, velando pelo Senhor que nesta noite sofria extrema agonia. Em algumas igrejas esta adoração é realizada até o outro dia pela manhã, embora não seja o mais adequado.

Na noite deste dia não se deve haver festas ou celebrações festivas. Mas clima de piedade e recolhimento.

Vamos entrar um pouco no sentido do que falamos:
Como já dissemos, o Tríduo Pascal inicia-se com a missa IN CENA DOMINI (na Ceia do Senhor), esta celebração faz memória da ultima ceia, onde Jesus institui a Eucaristia, o sacerdócio e nos da um novo mandamento: o Amor. Este dia apresenta-nos o momento sacramental do mistério, ou seja, por ele a presença do Senhor acontece e se perpetua através dos tempos. Tudo o que vamos viver nos dias do tríduo a Quinta Santa, nos transmite em sua dimensão ritual. A Instrução Geral do Missal Romano diz: “Na ultima ceia, Cristo instituiu o sacrifício e o banquete Pascal, por meio do qual se tornou continuamente presente na Igreja, no momento em que o Sacerdote, age na pessoa de Cristo, realiza aquilo que o próprio Senhor fez e confiou pra que aos seus discípulos, para que o fizessem em sua memória.

  A Liturgia da Palavra deste dia nos apresenta leituras que nos falam do rito pascal do Antigo e do Novo Testamento, tendo no centro a ceia celebrada por Jesus com os apóstolos, que funciona como dobradiça entre a páscoa ritual hebraica e a cristã. Nesse contexto acontece o rito do lavapés, que nos ajuda a compreender melhor o grande e fundamental mandamento da caridade fraterna.

  As orações deste dia sublinham o caráter nupcial e sacrifical do banquete da Eucaristia; o seu memorial do sacrifício do Senhor e pede para que possamos atingir a plenitude da caridade. Toda esta celebração deve ser calcada num tom de alegria, pois, o Senhor estava alegre: “Desejei ardentemente comer com vocês esta ceia pascal, antes de sofrer” (Cf. Lc 22, 15).

  Ao terminar a missa as sagradas espécies são recolhidas e conduzidas solenemente para um lugar preparado, a fim de serem adoradas e conservadas para a comunhão na Sexta-feira Santa. Esta noite é consagrada a lembrança da Eucaristia, a Igreja, com sinal da adoração quer sublinhar esse aspecto derivado e dependente da missa: a presença do Senhor nas espécies eucarísticas. A adoração termina antes da meia-noite, para respeitar o significado da celebração própria destes dias. Nesta hora, substitui-se a lembrança da Eucaristia pela recordação da traição, prisão, da paixão e da morte de Cristo.

 A SEXTA-FEIRA SANTA, “PAIXÃO DO SENHOR”.

  Quando falamos de Sexta-feira Santa, o que vem a nossa mente? Sofrimento, dor, tristeza, luto... A sexta feira da “Paixão do Senhor”, não deve ser considerada como um dia de pranto, mas de amorosa contemplação do sacrifício cruento de Jesus, fonte da nossa salvação. Neste dia, a Igreja não faz nenhum funeral, mas celebra a morte vitoriosa do Senhor.

  Segundo antiqüíssima tradição da igreja, neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia; o alimento fundamental e universal da liturgia deste dia é a liturgia da Palavra. O ato litúrgico deve ser celebrado às três horas da tarde, a hora da morte de Jesus.

  Antes de mergulharmos no rito vamos mergulhar um pouco na espiritualidade deste dia. Hoje celebramos o Filho de Deus “que toma sobre si as nossas dores” . O Abaixamento do Senhor até a Morte e morte de cruz, Deus se fez homem e sofre, levando sobre si o nosso pecado. Neste dia é comum celebrar em nossa Comunidade, a Via Sacra e através da meditação podemos perceber o caminho que Jesus tomou. Quando contemplamos que o Senhor cai no caminho da cruz, meditamos que ele se abaixa até nos e nos ergue em nossas quedas. A cruz de Jesus é para nós neste dia, o sinal da nossa salvação. Não haverá a ressurreição se antes não se passar pela cruz, que o Senhor nos convida a tomar para segui-Lo (Cf. Mc 8,34).

  O Rito da Sexta-feira Santa é composto de três partes:

Liturgia da Palavra – Adoração da Cruz – Comunhão

LITURGIA DA PALAVRA 

  Esta primeira parte do rito conserva uma antiqüíssima forma de se ouvir e meditar a palavra. Depois da prostração e de uma breve oração, procede-se imediatamente às leituras. É muito importante que seja conservado o silencio sagrado, a fim de que tudo possa convergir para a palavra.

  Após breve homilia, tem inicio a solene oração dos fieis, para as intenções da Igreja e do mundo. A Igreja que tem como chefe Cristo, sumo e único sacerdote, em nome e por meio do seu chefe, apresenta ao Pai, as suas grandes intenções. Neste momento toda a família da Igreja é levada aos pés da Cruz, na qual Cristo morre por todos. A assembléia iluminada pela palavra de Deus, abre-se a caridade, orando: 1) pela santa Igreja; 2) pelo papa; 3) por todas as ordens sacras e por todos os fieis; 4) pelos catecúmenos; 5) pela unidade dos cristãos; 6) pelos judeus; 7) pelos não cristãos; 8) por aqueles que não crêem em Deus; 9) pelos governantes; 10) pelos atribulados. A oração dos fieis conclui a Liturgia da Palavra.

A ADORAÇÃO DA CRUZ  

  Neste momento iniciaria a liturgia eucarística, mas na Sexta-feira a Igreja não celebra a ceia do Senhor, pois, está concentrada no seu sacrifício cruento por este motivo fazemos a adoração da cruz. O Rito nasce como conseqüente ao ato da proclamação da paixão de Cristo. A Igreja ergue o sinal da vitória do Senhor, como que para concretizar a palavra que diz: “quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim” (Cf. Jo 112, 32). Neste dia a Igreja faz um hino de louvor e glorificação a Cruz. A liturgia deste momento já celebra Jesus Cristo vencedor da morte. A Igreja concede indulgências àqueles que neste dia honrarem a cruz exposta nas Igrejas com o ósculo santo . 

A COMUNHÃO 

  São trazidas para o altar, as espécies eucarísticas, o Celebrante convida a todos para a oração do Pai Nosso e após a mesma distribui a comunhão (lembremos que as partículas foram consagradas no dia anterior). O solene ato litúrgico, acaba com uma oração e uma bênção sobre o povo.

O JEJUM PASCAL

  Como sinal exterior de participação no sacrifício pascal de Cristo, “para que a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal” (Cf. II Cor 4,11), e como sinal de que “chegaram os dias em que o noivo foi retirado” (Cf. Lc 5, 33ss), a Sexta-feira Santa é dia de Jejum. O Jejum Pascal não é um elemento secundário, mas uma parte integrante do Tríduo.

O SÁBADO SANTO

  O Missal romano apresenta o sábado da seguinte maneira: neste dia, “a Igreja fica parada junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, abstendo-se da celebração da Eucaristia (A mesa fica sem ornamentos) até a vigília ou expectativa noturna da ressurreição. Neste dia a Igreja convida os fieis ao silencio e a meditação. O mistério de Cristo no sepulcro, torna-se convite para meditar no mistério de Cristo escondido no mistério do Pai. Vamos neste dia estar junto com as mulheres as portas do sepulcro (Cf. Mt 27,61). Todo fiel é chamado a contemplação, nutrindo no coração a esperança. Este sábado é um convite para “retirar-se para o deserto” afim de escutar o Senhor por meio da oração silenciosa.

  Hoje o olhar da igreja se volta para a Virgem Maria, com ela a alegria de viver e a coragem de esperar são reencontradas.

A ESPIRITUALIDADE DA VIGÍLIA PASCAL E DO DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

“Esta é a noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor”.Preconio pascal

  Lancemos um olhar sobre a noite do Sábado Santo. No Credo professamos a respeito do caminho de Cristo: “desceu a mansão dos mortos”.  Não conhecemos o mundo da morte e podemos representá-lo com imagens que são insuficientes. Mesmo assim elas nos ajudam a entender algo do mistério.

     A liturgia aplica a decida de Jesus na noite da morte as palavras do Salmo 24 (23): “Levantai, ó portas, os vossos dintéis, levantai-vos ó pórticos eternos!” A porta da morte está fechada e ninguém pode voltar dali para trás. Para esta porta não há chave. Cristo, porem, possui a chave, a sua Cruz abre de par em par as portas da morte. Elas agora já não são intransponíveis. A sua Cruz, a radicalidade do seu amor é a chave que abre esta porta.

      O amor de um Deus que se fez homem, pobre e vulnerável para poder morrer, só este amor tem a força para abrir esta porta e transpor todas as outras assim como fez o Ressuscitado quando apareceu aos discípulos (Jo 20, 19ss). Este amor é mais forte do que a morte e nada pode apagá-lo. Ele pode tudo mudar, mesmo as situações de morte, pode fazer passar da Morte para a Vida; do Homem Velho com seus vícios e pecados, para o Homem Novo que confia em Deus e faz dele o seu Senhor.

 Os ícones pascais podem nos ajudar a entender melhor o que acontece nesta noite: Cristo entra no mundo dos mortos cheio de luz, porque Deus é luz. Ele traz consigo suas chagas gloriosas, aquelas que antes o desfiguraram e o deixaram até mesmo sem aspecto humano 8, são agora poder de Deus, o Amor que vence a Morte.

     Ele encontra Adão e todos os outros que esperam na noite da morte. Na sua encarnação o Filho de Deus se tornou uma só coisa com o ser Humano, Adão9, porem só neste momento se cumpre o extremo ato de amor, descendo na noite da morte, Ele cumpre o caminho da encarnação. É pela sua morte, que Ele toma Adão, caído pelo peso do pecado, pela mão e leva todos os homens em expectativa para a luz. Jesus aqui restabelece a união do homem com Deus10. Também nós nesta noite saímos de nossas mortes pessoais, tomados pela mão de Jesus, somos ressuscitados com Ele.

 Poucas celebrações litúrgicas são tão ricas de conteúdo e de simbolismo como a vigília Pascal, ela é o coração de todo o ano litúrgico e dela se irradiam todas as outras celebrações, nesta noite Santa a Igreja celebra de modo sacramental mais pleno, a obra da redenção e da perfeita glorificação de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, tornado para nós um novo Adão, ao pagar nossa culpa se entregando a Morte e morte de Cruz.

 Para compreendermos melhor o significado e valor desta Vigília, devemos mergulhar na antiqüíssima tradição da igreja que nos recorda: “Esta é a noite de vigília em honra do Senhor (Ex 12,42). Nesta noite os fieis trazem consigo suas lâmpadas acesas assemelhando-se àqueles que esperam o Senhor no seu retorno, de maneira que quando Ele chegar os encontre ainda vigilantes e os faça sentar á sua mesa (Lc 12,35ss).

  A Solene Vigília Pascal, tem origem na primeira páscoa, a noite em que do Egito o Senhor retirou os filhos de Israel, transpondo o mar vermelho a pé enxuto rumo, à terra onde corre leite e mel. Durante esta vigília os israelitas celebrando o rito pascal, faziam memória da salvação realizada por Deus nos eventos do êxodo. “Este dia será para vocês um memorial, pois nele celebrarão uma festa para o Senhor; vocês celebrarão como um rito permanente de geração em geração” (Cf Ex 12,14). Esta celebração tinha o caráter de memória-presença-expectativa. Os hebreus esperavam o cumprimento das promessas de Deus de tirá-los da terra estrangeira, levá-los à terra prometida e enviar o messias.

     Na páscoa Cristã, a estrutura teológica da vigília pascal (memória-presença-expectativa) não muda, mas se enriquece com a realidade que é Cristo, o Ressuscitado que passou pela Cruz.

     A celebração cristã, é enriquecida pela certeza de que vivemos a páscoa junto com o Senhor, que nos ensina que para chegar à  ressurreição da vigília, deve-se antes passar pela morte da Sexta-feira Santa, ou seja, não há vida nova e ressuscitada sem a Cruz que o Ressuscitado nos apresenta como a chave para todas as portas e, a cura para todos os nossos males, a manifestação mais plena do poder de Deus e do Seu Amor.

 Diz o precônio pascal: “Esta é a noite em que Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor.” De fato esta é a grande noite, nela somos feitos livres de todo o pecado que nos trouxe a morte, graças a um tão grande Redentor, que em si mesmo destruiu o pecado e rompeu o inferno. Nesta noite a coluna luminosa dissipa toda a treva e, congrega um povo novo, fruto da obra do Ressuscitado que passou pela Cruz. Por isso Santo Agostinho já dizia: “esta é a mãe de todas as vigílias!”

 Como já dissemos antes, a celebração desta vigília é repleta de símbolos que necessitam ser compreendidos se queremos celebrar bem esta noite Santa. É exatamente isso que iremos discorrer nesta segunda parte.

DESENVOLVIMENTO DA VIGÍLIA PASCAL:

     Toda a celebração da Vigília Pascal desenvolve-se a noite, esta deve começar pouco depois do inicio da noite e terminar antes do nascer do sol. Desde o inicio, a Igreja celebra a Páscoa anual, solenidade das solenidades com uma vigília noturna.

     A ressurreição de Cristo é o fundamento da nossa Fé, por meio do Batismo e da Crisma, fomos inseridos no mistério pascal de Cristo. A celebração do mistério desenvolve-se do seguinte modo: após o “lucernário11” e o “precônio12” (I parte da vigília), a Santa Igreja medita “as maravilhas” que o Senhor fez para o seu povo desde o inicio (II parte ou liturgia da palavra), até o momento em que com seus membros13 regenerados no batismo (III parte da vigília), é convidada à mesa que o Senhor preparou para o seu povo, memorial de sua morte e ressurreição, em expectativa para sua vinda gloriosa (IV parte da vigília). Este esquema não pode ser alterado.

I Parte – Solene Inicio da Vigília ou Lucernário

     A primeira parte da vigília celebra a luz, Cristo, de um modo particular com a sua ressurreição é a luz do mundo (Jo 1, 9). Cada um de nós que tomamos parte nos sacramentos somos constituídos “luz do Senhor” (Ef 5,8). Este rito inicial compreende: a bênção do fogo, preparação do círio, procissão e anuncio pascal.

     Antes de benzer o fogo o sacerdote saúda o povo, explicando brevemente o significado da vigília: se trata de reviver a páscoa do Senhor, na escuta da palavra e na participação aos sacramentos: e Cristo Ressuscitado confirmará a esperança de participar em sua vitória e de viver em Deus com Ele.

     Após esta admoestação o sacerdote benze o fogo novo, esta bênção significa o desejo de que as festas pascais ascendam em nós o desejo do céu, renovem o nosso espírito e nos guiem para a vida eterna. O círio pascal é aceso14. Depois de aceso o círio é conduzido solenemente até o altar, por um diácono ou pelo sacerdote celebrante, seguido em procissão pelo povo. Até este momento o templo deve permanecer escuro, apenas a luz do círio deve brilhar em meio as trevas, assim como Cristo Ressuscitado brilha.

     Nesta luz são acesas as velas do povo, enquanto se canta três vezes sucessivas: “Eis a luz e Cristo.”e o povo responde: “Demos graças a Deus”. O círio é colocado perto do ambão e o diácono então proclama solenemente a páscoa com o precônio pascal, com esta oração de ação de graças é proclamada a Páscoa, nela louvamos a Deus pela Ressurreição do Seu Filho e pela vida nova que Ele nos concedeu, lembrando de todos os feitos realizados por Ele desde o êxodo do Egito até os dias atuais.

II Parte – Liturgia da Palavra

     Depois da bênção do fogo, a Igreja medita nas maravilhas que Deus realizou em favor de seu povo confiando em sua palavra e suas promessas. Nesta noite, cumprem-se em Jesus Cristo morto e Ressuscitado as grandes obras de Deus, anunciadas no Antigo testamento.

     O símbolo do círio dá lugar à realidade de Cristo, presente em sua palavra. A Igreja, começando por Moises e todos os profetas, interpreta o mistério pascal de Cristo. Para esta celebração são propostas nove leituras (sete do Antigo Testamento e duas do novo, sendo uma das Cartas de São Paulo e outra do Evangelho). Terminadas as leituras do Antigo Testamento, canta-se solenemente o Gloria e pronuncia-se a oração coleta15. Após esta oração lêem-se as leituras do Novo testamento, em sinal da passagem do Velho para o Novo, da Morte a Vida em Jesus Cristo.

     Neste dia voltamos a cantar o Aleluia, que é entoado solenemente pelo sacerdote presidente. Após a proclamação do Evangelho, o presidente da celebração faz a homilia.

III Parte – Liturgia Batismal

     Segundo uma antiqüíssima tradição, nesta noite os catecúmenos16 recebiam após uma intensa preparação o Sacramento do Batismo e eram de fato admitidos a fé da Igreja. O batismo nos torna um com Cristo, nos insere em seu corpo, pela graça deste sacramento somos sepultados e ressuscitamos com o Senhor.

     O rito desenvolve-se da seguinte forma: canto da ladainha de todos os santos (onde se pede a intervenção do céu e se lembra a comunhão dos santos que estamos inseridos pela graça batismal), bênção da água batismal (a água nos lembra a morte para o pecado e a vida nova em Cristo). Apos esta bênção, administra-se o Batismo e a assembléia renova as suas promessas batismais, depois todo o povo é aspergido com água para lembrar o batismo que todos receberam.

IV Parte – Liturgia Eucarística

     Este é o ápice da vigília, é de maneira plena o sacrifício da Páscoa, isto é, memorial do sacrifício da cruz e da presença do Ressuscitado, plenitude da iniciação cristã e antecipação da páscoa eterna.

     A Eucaristia é de fato o Sacramento do Ressuscitado, por ela o Senhor realiza a sua promessa de estar sempre conosco ate o fim. Pela Eucaristia rendemos a ação  graças e o sacrifício perfeito: pão da vida eterna e cálice da bênção: Jesus Cristo o Filho de Deus vivo, Ressuscitado que passou pela Cruz.

As missas que se seguem neste dia

  Com o Domingo inicia-se o Tempo Pascal, a liturgia deste dia celebra o evento da páscoa, como o “dia de Cristo Senhor”. As leituras bíblicas no decorrer deste dia solene contem o kerygma pascal e um chamado para que nos empenhemos em viver uma vida nova em Cristo. Todas as celebrações  apresentam Cristo como o verdadeiro motivo da ação de graças da igreja neste tempo de salvação. Na sua ressurreição, Cristo comunica ao mundo o seu Espírito de vida, que muda a vida do homem e, o liberta de suas escravidões e resgata o homem do pecado. Como diz o Salmo 118: “Este é o dia que o Senhor fez para nós”. Dia em que tudo é em Jesus Cristo, recriado. É o dia de nossa vida nova, onde podemos experimentar a alegria de Madalena e dizer: “Vi Cristo Ressuscitado, o túmulo abandonado, os anjos da cor do Sol, dobrado no chão o lençol” .

  A missa deste dia ocorre de forma mais solene, porem como de costume, ou seja, não são introduzidos ritos alem dos que já existem.

     O Domingo, primeiro dia da criação agora toma uma conotação maior, neste dia onde tudo é recriado pelo poder ressuscitador do Espírito de Deus, nós também o somos, assim o domingo se torna o Dia do Senhor. Este dia é o sol da semana o grande dia que celebramos a Páscoa do Senhor, que agora saiu do sepulcro e está no meio de nós, vivo.

     A morte, a dor, as guerras, o pecado não tem mais a ultima palavra apesar do mundo estar cheio disso tudo, há uma vitória que é maior que tudo isto, está acima de tudo, esta acima do céu, está no meio da terra, está nos nossos corações.

Fonte:  http://www.comshalom.org/formacao

quarta-feira, 4 de abril de 2012

NOVENA A DIVINA MISERICÓRDIA

A Novena em honra a Divina MIsericórdia em preparação para a Festa dia 15 de abril, começa na sexta-feira santa, o texto se encontra nos links acima. É um pedido do próprio Jesus a Sta. Faustina: "Em cada dia da novena, conduzirás ao Meu coração um grupo diferente de almas, e as mergulharás no oceano da minha Misericórdia. Eu conduzirei todas as almas à casa do meu Pai... Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha Misericórdia. Cada dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para essas almas."


Jesus, eu confio em vós!