No Rio Grande do Sul, Vila Cruz, interior de Nova Palma, aconteceu um fato de rara heroicidade materna:
Numa manhã fria de julho de 1929, na pequena propriedade rural de Sebastião e Fortunata Gargnin, o casal juntamente com seis filhos pequenos, moía cana-de-açúcar, num rústico engenho de cana, movido por força animal. Sebastião tocava os bois enquanto Fortunata, então com 27 anos, alimentava as mós com cana. Em dado momento sua mão esquerda tranca entre dois cilindros de madeira. Ré nos animais depressa. Mas era tarde, da mão apenas sobrava bagaço, era o começo de muitas horas de dor.
A viagem de carroça até o hospital de Dona Francisca, distante 50 quilômetros, durou 10 horas. No hospital de limitados recursos, a sentença do médico: amputação total com anestesia geral- naquele tempo por inalação de éter. Fortunata falou: - Doutor, estou grávida de três meses! Ao que o médico respondeu: - Vamos ter que sacrificar a criança. Então ela hesitou: - Não, jamais...! Então, pode cortar sem anestesia...! E assim se fez. Em sete de fevereiro de 1930 nasceu o fruto de tão heróico sacrifício, não era um só, mas sim dois meninos.
Quarenta e dois anos depois foram ordenados sacerdotes, por Dom Érico Ferrari então bispo de Santa Maria.
(Extraído do Jornal "Novo Milênio" de 20 de outubro/97)
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